As empresas
portuguesas têm o terceiro maior número de administradores por sociedade cotada
em bolsa na Europa.
As empresas do PSI 20, o índice que reúne as maiores cotadas nacionais, tinham
em média 14,1 administradores por conselho de administração.
Este número,
apesar de ter caído em relação a 2012, quando o número médio de gestores por
conselho era de de 15, continua a ser um dos mais elevados na Europa.
O número de gestores em
Portugal é superior à média dos 15 países europeus analisados, que é de 12,1.
( i Ana Suspiro - publicado em 28Mar2014 )
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Meus Amigos,
Isto continua a não ser nenhuma surpresa para a grande maioria das pessoas.
Já tive oportunidade de comentar esta situação em ocasiões anteriores, no âmbito da comparação que fazemos com outros países em melhor situação do que nós.
Se isto fosse a forma de nos aproximarmos desses países, ainda poderíamos aceitar.
Mas a realidade é bem diferente ...
Claro que se trata de empresas cotadas em bolsa, a referência para este estudo.
No entanto, penso que a situação não fica por aqui, sabendo-se do escandaloso número de Administradores que por aí circulam nas empresas, mais grave quanto se trata de empresas ligadas ao Estado, de uma forma ou de outra.
Embora já tenha referido, anteriormente, quando iniciei a minha atividade profissional, numa empresa privada, em maio de 1973, a administração era composta por 1 Administrador Delegado e 1 Vogal, logo, 2 elementos, para uma grande empresa.
Logo que nacionalizada ( expropriada, invadida, assaltada, pelo Estado ), passando a EP (o capital era 100% privado), era ver-se os comboios de Administradores, os tais gestores públicos, a entrar e a sair, vindos de todos os lados e quadrantes políticos, alguns ligados ao Estado, que nem tinham tempo para se sentarem nos seus gabinetes ou participarem nas reuniões de gestão corrente, pois tinham tachos no Estado e outros locais.
Recordo-me de alguns terem abandonado o mandato por discordarem de medidas ou decisões dos outros membros - eram os mais conscientes, ou queriam mais poder ...
Também me recordo de um gestor público, creio que era professor catedrático, que foi nomeado e esteve lá na apresentação/tomada de posse, mas logo saiu para os EUA, para doutoramento, lá permanecendo dois anos - e ninguém dizia nada . . .
Pudera, comiam todos do mesmo tacho ...
Metiam lá os familiares e amigos, sem respeito pelos quadros da empresa, a quem prejudicavam a carreira.
Serviram-se de todo o património da empresa, donde retiraram as reservas constituídas durante anos, para "tapar os buracos" dos OGE's.
Recordo-me de termos sido forçados a fazer uma greve que durou doze dias, que nos custou muito do nosso salário, sem recuperação, pelo facto de quererem lá meter mais dezassete amigos/protegidos, todos para lugares de chefia, embora não tivessem qualificação para tal, nem coisa parecida.
Quanto ao número de membros das várias administrações, recordo-me de que, normalmente, eram cinco, embora tenham criado os assessores, por questão de conveniência ...
Esta "coisa" só terminou em dezembro de 1996, quando a empresa foi vendida a privados, por interesse do Estado em arrecadar mais umas dezenas de milhões de contos ...
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